Até me matares.. Há chuva que cai

Hoje, fim de tarde.
eu sentada no chão acalorado de alcatifa,
encostada à janela de vidro.
E tu, em pé na varanda,
encostado à janela transpirada da chuva.

Dois mundos
unidos por uma janela,
nada mais.

Quatro olhos
seduzidos pelo suor embebido,
nada mais.

Dez dedos
desenhando movimento contra,
nada mais.

Mais dez...

enevoaram-na.

Anoiteceu,
Tu agora sentado no mármore aquecido
e eu, em pé envolvida na cortina suada.

Ainda chove,
nada mais. 



RVR





1 comentário:

  1. God... As coisas que consegues dizer sem palavras. Os arrepios que provocas com as tuas reticências... De facto, há pessoas que nascem para as palavras. Como moves e promoves as palavras deixa-me a girar sobre elas e sobre o seu real significado. Excelente trabalho.

    AL

    ResponderEliminar