Hoje, fim de tarde.
eu sentada no chão acalorado de alcatifa,
encostada à janela de vidro.
E tu, em pé na varanda,
encostado à janela transpirada da chuva.
Dois mundos
unidos por uma janela,
nada mais.
Quatro olhos
seduzidos pelo suor embebido,
nada mais.
Dez dedos
desenhando movimento contra,
nada mais.
Mais dez...
enevoaram-na.
Anoiteceu,
Tu agora sentado no mármore aquecido
e eu, em pé envolvida na cortina suada.
Ainda chove,
nada mais.
RVR